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Imprensa

[Spotify VS Editores e Compositores]: saiba mais sobre o novo conflito

NMPA (NATIONAL MUSIC PUBLISHERS’ ASSOCIATION) DIZ QUE O MAIS RECENTE MOVIMENTO DO SPOTIFY PARA REDUZIR AS TAXAS DE ROYALTIES É "PROVÁVEL QUE ACABE EM UM CONFLITO LEGAL"


Escrito por Tim Inghan e David Israelite. Publicado por Music Business Worldwide. Leia a íntegra, em inglês, em https://www.musicbusinessworldwide.com/podcast/spotify-vs-songwriters-again-nmpa-says-spots-latest-move-to-lower-royalty-rates-is-likely-to-end-up-in-a-legal-conflict/


No início deste mês, o Spotify anunciou que estava mudando a forma como calcula os pagamentos de royalties mecânicos para compositores e editores nos EUA. O Spotify recategorizou seus níveis de assinatura Premium nos Estados Unidos como "pacotes", permitindo que ele pague uma taxa de royalties mecânica menor aos compositores do que pagaria se esses níveis Premium fossem classificados como serviços de música pura.


O Spotify acredita que tem o direito de recategorizar esses níveis como "pacotes" devido ao fato de que agora oferece acesso a música e audiolivros.


A ideia de que os serviços "empacotados" devem ter direito a uma taxa de royalties mecânica mais baixa (em comparação com os serviços de assinatura de música padrão) foi consagrada no chamado acordo/acordo 'CRB IV' entre as editoras e o Spotify nos Estados, assinado em 2022, e que abrange os anos de 2023 a 2027.


 O NMPA está atualmente considerando uma ação legal contra o Spotify que buscaria desfazer a taxa de royalties mecânicos do "pacote" recém-reduzida sobre o serviço.

Esta não é a primeira vez que o Spotify e os compositores batem cabeça, é claro: em 2019, o Conselho de Direitos Autorais dos EUA (CRB) decretou que o Spotify e outros serviços de streaming precisavam aumentar as taxas de royalties mecânicos que pagaram a editores e compositores nos EUA para o período de 2018 a 2022.

Essa decisão do CRB (no chamado processo 'CRB III') seguiu uma campanha de lobby e aliciamento jurídico geral do NMPA, em nome de compositores e editores. O Spotify (e a Amazon) posteriormente recorreram desta decisão ('CRB III'), tentando reduzir a taxa de royalties mecânicos que pagavam aos compositores sob a lei dos EUA.

O CRB, no entanto, se manteve firme – e disse aos streamers que eles deveriam aumentar sua taxa.

Agora, com sua reclassificação do 'pacote' sob 'CRB IV', o Spotify está mais uma vez tentando reduzir o percentual de sua receita que deve, por lei, pagar a compositores e editores em seu maior mercado.

O Spotify foi lançado nos Estados Unidos em julho de 2011. Consistentemente, esta é uma empresa que tem tratado os compositores, as pessoas que tornam seus negócios possíveis, como servos contratados.

O que aconteceu recentemente é apenas um em uma longa lista de exemplos de onde essa empresa tem sido hostil aos compositores.

Este exemplo mais recente é uma tentativa do Spotify de reclassificar seu serviço sob a lei dos EUA, o que resultaria em uma dedução maciça no que paga aos compositores. É algo que acreditamos ser juridicamente questionável.

Independentemente disso, é algo que demonstra sua hostilidade aos próprios compositores que tornam seus negócios possíveis.

VAMOS ENTRAR NISSO ENTÃO... VOU TE DAR MINHA COMPREENSÃO DO QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI E ESPERO QUE VOCÊ POSSA ME CORRIGIR SE EU PEGAR ALGUMA COISA ERRADA! NA OUTRA SEMANA, O SPOTIFY LANÇOU UM APLICATIVO DE ASSINATURA APENAS DE AUDIOLIVROS A US$ 9,99 POR MÊS NOS EUA. DE ACORDO COM O ACORDO DO CRB IV, UMA TAXA DE ROYALTIES "EMPACOTADA" PARA A MÚSICA LEVARIA EM CONTA O VALOR DE MERCADO DA COISA COM A QUAL A MÚSICA ESTÁ SENDO "EMPACOTADA". O QUE PARECE ESTAR PRESTES A ACONTECER: O SPOTIFY VAI LANÇAR UM APLICATIVO DE ASSINATURA "SOMENTE MÚSICA" NOS EUA POR US $ 10,99 POR MÊS, ENQUANTO AUMENTA O PREÇO DA ASSINATURA PADRÃO "PREMIUM" NO TERRITÓRIO EM US $ 1 OU US $ 2 POR MÊS; ATUALMENTE, ESTÁ EM US $ 10,99 POR MÊS, ENTÃO DIGAMOS QUE VÁ PARA US $ 11,99 POR MÊS. TODOS OS ASSINANTES PREMIUM ATUAIS SERÃO ENTÃO INFORMADOS: 'EI, O PREÇO SUBIU, AGORA VOCÊ ESTÁ ASSINANDO NOSSO NÍVEL DE MÚSICA MAIS AUDIOLIVROS. SE VOCÊ QUISER REBAIXAR MANUALMENTE SUA ASSINATURA PARA SOMENTE MÚSICA OU AUDIOLIVROS, FAÇA ISSO." E É CLARO QUE POUQUÍSSIMAS PESSOAS O FARÃO. O QUE O SPOTIFY PODERIA FAZER ENTÃO É ALEGAR QUE AUDIOLIVROS E MÚSICA TÊM PARIDADE DENTRO DO VALOR DESSA ASSINATURA – PORQUE O APLICATIVO AUTÔNOMO "SOMENTE AUDIOLIVROS" CUSTA US$ 9,99, ENQUANTO O APLICATIVO PADRÃO "SOMENTE MÚSICA" CUSTA US$ 10,99. O QUE SIGNIFICA QUE OS COMPOSITORES RECEBERÃO UMA PORCENTAGEM DE UMA PORCENTAGEM: UMA PORCENTAGEM DA PARTE DE SUA ASSINATURA MENSAL 'PREMIUM' QUE O SPOTIFY ATRIBUI A 'MÚSICA' VERSUS 'AUDIOLIVROS'. SÓ FALANDO PESSOALMENTE, SOU ASSINANTE DO SPOTIFY HÁ MUITO TEMPO, E NÃO TEM COMO ATRIBUIR QUASE 50% DO VALOR DO QUE PAGO AOS AUDIOLIVROS. FUI EMPURRADO AUDIOLIVROS PELO SPOTIFY NO ANO PASSADO; FOI UM BOM BÔNUS. EU FICARIA FELIZ COM UMA DISCUSSÃO SOBRE QUAL PORCENTAGEM DO MEU "PACOTE" DEVE SER ATRIBUÍDA A AUDIOLIVROS VERSUS MÚSICA. MAS EU NUNCA DIRIA PERTO DE 50%! DE QUALQUER MANEIRA... ESSE É O MEU ENTENDIMENTO APROXIMADO, E ESTIVE EM CONTATO COM O SPOTIFY, QUE SE RECUSOU A ESCLARECER O DETALHE QUE ESTOU PROCURANDO. QUAL É A SUA REAÇÃO AO QUE ACABEI DE PINTAR. ESTOU NA LINHA CERTA DO QUE ELES ESTÃO TENTANDO FAZER? - Diz David Israelite

É muito importante que as pessoas entendam a maneira como as editoras de música e compositores são forçados a licenciar esses serviços nos Estados Unidos. Ao contrário das gravadoras – que estão em um mercado livre; eles negociam os detalhes de cada um de seus contratos individuais com cada oferta [de assinatura] diferente que o Spotify pode lançar – somos forçados a viver sob uma licença compulsória nos Estados Unidos, onde a cada cinco anos, três juízes [do CRB] realizam um julgamento, decidem sobre uma estrutura de taxas que está em vigor por cinco anos, como um menu com preços definidos.

O que agora somos forçados a fazer é ver empresas como o Spotify tentando manipular essa estrutura predeterminada para pagar menos aos compositores. No julgamento mais recente [do CRB IV], acabamos acertando [com o Spotify et al], que é uma decisão que você toma quando sente que [um] acordo é melhor do que passar por um processo judicial. Nesse assentamento, fomos forçados a aceitar certas realidades sobre uma estrutura que não gostamos – uma delas é a disponibilidade dessas coisas que chamamos de pacotes.

"O RESULTADO LÍQUIDO É REDUZIR DRASTICAMENTE O QUE ELES PAGAM AOS COMPOSITORES. ACHAMOS QUE É DE MÁ-FÉ. ACHAMOS QUE ISSO VIOLA A LETRA E O ESPÍRITO DO QUE CONCORDAMOS. E É POR ISSO QUE É PROVÁVEL QUE SEJA UM CONFLITO LEGAL E POR ISSO ESTOU LIMITADO AO QUE POSSO DIZER AGORA. CLARAMENTE ISSO É ALGO QUE PARECE QUE FOI MANIPULADO PARA TIRAR PROVEITO DO QUE ELES PODEM ACHAR QUE É UMA BRECHA NA LEI."

Agora, para sua pergunta específica, aqui está o que sabemos. Sabemos que em novembro do ano passado, o Spotify começou a distribuir audiolivros como parte do seu serviço de assinatura de música; Você não pediu como cliente, não foi notificado de que agora está em algum tipo de plano diferente. Simplesmente estava lá. E sejamos claros: havia uma limitação nisso – 15 horas [no máximo] de audição para a funcionalidade do seu audiolivro.

Então, o que o Spotify fez em 1º de março, foi lançar um produto independente [de assinatura] para audiolivros... a US$ 9,99 por mês. Então, a sugestão deles foi que você pode pagar US $ 9,99, apenas para obter audiolivros com [certas] limitações. Ou você pode pagar US $ 10,99 [para o Spotify 'Premium' atual] e obter audiolivros mais tudo o mais que veio com sua assinatura de música. É importante ressaltar que [neste momento] você está recebendo audiolivros de graça [no Spotify Premium] há basicamente meio ano.

Portanto, a oferta deste produto de audiolivro independente, que eles não parecem estar promovendo, não parece ter um preço de uma proposta de valor que faça qualquer sentido para um cliente.

O Spotify agora alega que, portanto, sua assinatura de música ['Premium'] se qualifica como um 'pacote' e é paga sob taxas diferentes. O resultado líquido é reduzir drasticamente o que eles pagam aos compositores.

Achamos que é de má-fé. Achamos que isso viola a letra e o espírito do que concordamos. E é por isso que é provável que seja um conflito legal e por isso estou limitado ao que posso dizer agora.

Claramente é algo que parece ter sido manipulado para tirar proveito do que eles podem achar que é uma brecha na lei.

MINHA CONFUSÃO COM A COISA DO SPOTIFY É QUE ELES EMPURRARAM AUDIOLIVROS EM MIM. FICO FELIZ EM TÊ-LOS COMO ASSINANTE, MAS NÃO PEDI. ENTÃO, VOCÊ NÃO PODE DIZER AGORA QUE O VALOR DO COMPONENTE DE AUDIOLIVROS DISSO É O EQUIVALENTE A US $ 9,99 CONTRA QUALQUER VALOR QUE ELES COLOQUEM NA MÚSICA. PORQUE NÃO FAZIA SENTIDO, FALANDO PESSOALMENTE, EM QUE EU ESTIVESSE DISPOSTO A PAGAR US$ 9,99 PELA PARTE DE AUDIOLIVROS DESSA ASSINATURA. ESTOU CONFUSO COM ISSO.

Não acho que você deva se confundir. Parece-me bastante claro: esta parece ser uma tentativa de pagar menos aos compositores.

Em teoria, os pacotes não são uma coisa ruim. A maneira que deve funcionar é a maneira como funciona com as gravadoras: se alguém quiser incluir sua música em uma proposta de negócio [oferecida a] um cliente, algo que empacote sua música com algo que não é um produto musical, haveria uma discussão – haveria uma explicação [do serviço para a gravadora] por que seria bom para o proprietário ou representante da música ser empacotado a esse preço. E chegaria a um acordo.

Não é isso que acontece [para] os compositores. Os compositores são informados de que devem empacotar suas músicas, gostem ou não. É uma estrutura de taxas predefinida, gostem ou não. E está aberto à manipulação – para que as pessoas possam tentar tirar proveito do agrupamento de uma forma que pague menos aos compositores sob uma estrutura com a qual [esses compositores] não concordariam se estivessem em um mercado livre.

"OS COMPOSITORES SÃO INFORMADOS DE QUE DEVEM EMPACOTAR SUAS MÚSICAS, GOSTEM OU NÃO. É UMA ESTRUTURA DE TAXAS PREDEFINIDA, GOSTEM OU NÃO. E ESTÁ ABERTO À MANIPULAÇÃO – PARA QUE AS PESSOAS POSSAM TENTAR TIRAR PROVEITO DO AGRUPAMENTO DE UMA FORMA QUE PAGUE MENOS AOS COMPOSITORES SOB UMA ESTRUTURA COM A QUAL [ESSES COMPOSITORES] NÃO CONCORDARIAM SE ESTIVESSEM EM UM MERCADO LIVRE."

Você levanta um ponto muito importante: quem é o público dos audiolivros – só [sem música]? Porque como assinante de música do Spotify, você já recebe [audiolivros] gratuitamente há meio ano. Então, se você é assinante do Spotify, é muito difícil imaginar por que você assinaria um produto de audiolivro de US $ 9,99.

A outra coisa que você trouxe que é muito importante é que, hoje, como temos essa conversa, você nem tem a opção de assinar um serviço de assinatura apenas de música no Spotify que não tenha audiolivros embutidos nele.

Todas essas coisas são fatos importantes que contribuem para a conclusão que temos sobre o que eles estão fazendo e por que estão fazendo [ver: comentários de "brecha" acima].

EU SÓ QUERO REVISITAR: MEU ENTENDIMENTO DE COMO OS PAGAMENTOS FUNCIONARÃO SOB O NOVO SISTEMA DE 'PACOTE' ESTÁ CORRETO? SEI QUE HÁ TRÊS 'PONTAS' NA FORMA COMO EDITORES E COMPOSITORES SÃO PAGOS PELO SPOTIFY COMO PARTE DO CRB IV, E QUE APENAS UM DESSES TRÊS 'PRONGS' É A TAXA DE ROYALTIES MECÂNICOS DA MANCHETE; OS EDITORES SÃO PAGOS POR QUALQUER UM DOS TRÊS "PRONGS" MAIS ALTOS. MAS PARA ENTENDER ISSO HIPOTETICAMENTE, VAMOS NOS ATER À TAXA DE MANCHETE. MEU ENTENDIMENTO É QUE O QUE O SPOTIFY ESTÁ REIVINDICANDO, OU VAI ALEGAR, É QUE ESSA TAXA MECÂNICA PARA COMPOSITORES AGORA SERÁ UMA PORCENTAGEM DE UMA PORCENTAGEM – OU SEJA, UMA PORCENTAGEM DA PARTE DA ASSINATURA QUE VOCÊ PAGA QUE É ATRIBUÍDA AO VALOR DA MÚSICA VERSUS O VALOR DOS AUDIOLIVROS. SERÁ QUE ENTENDI DIREITO?

Nos Estados Unidos, temos uma estrutura de taxas muito complicada de como compositores e editores de música são pagos. E a razão pela qual é complicado é que é uma abordagem de cookies, onde você tem que concordar com uma estrutura que se aplica por cinco anos, e você não sabe exatamente o que uma empresa vai fazer com sua música.

Assim, por exemplo, adoraríamos ser pagos toda vez que você transmitisse uma música; Pedimos isso ao tribunal, o tribunal disse que não. Então geralmente somos pagos em uma porcentagem da receita, e essa é a taxa de manchete que as pessoas falam, onde as editoras têm direito a 15,2% da receita gerada pelos serviços.

"O QUE NÃO ESTAVA REALMENTE PREVISTO É QUE [UM SERVIÇO] TENTARIA EVITAR A TAXA DE MANCHETE – A TAXA DE RECEITA DE 15,2% – TENTANDO CHAMAR ALGO QUE NÃO É, CARACTERIZANDO UM SERVIÇO COMO UM TIPO DIFERENTE DE CATEGORIA COM O PROPÓSITO DE PAGAR MENOS."

Na nossa estrutura tarifária, temos duas outras formas [ou seja, 'prongs'] de ser pago, que nos protegem se a receita [de um serviço] cair... potencialmente artificialmente. Uma delas é que temos a garantia de um percentual mínimo do que as gravadoras recebem, que é basicamente 26,2% [do que as gravadoras são pagas, também conhecido como 'Custo Total de Conteúdo' dentro do CRB IV]. A outra [prong] é que temos garantido um valor mínimo por assinante, que é de 66 centavos.

A razão pela qual essas duas outras maneiras alternativas de ser pago são importantes: pegue uma hipotética em que o Spotify decide dar sua assinatura de música gratuitamente. Sob um percentual da receita [sistema], não teríamos nada.

Então, essas outras duas formas alternativas de receber o pagamento foram colocadas na lei para nos proteger da pressão de preços para baixo sobre esses tipos de serviços.

O que não estava realmente previsto é que um serviço tentaria evitar a taxa de manchete – a taxa de receita de 15,2% – tentando chamar algo que não é, caracterizando um serviço como um tipo diferente de categoria com o propósito de pagar menos. É isso que nos preocupa que esteja acontecendo aqui.

SE FOSSE BASEADO NA TAXA DE MANCHETES – OU SEJA, RECEBENDO UMA PORCENTAGEM DE UMA PORCENTAGEM DENTRO DE UM PACOTE – NÃO CONSIGO VER COMO OS COMPOSITORES NÃO VÃO RECEBER MENOS NOS EUA EM 2024 DO QUE RECEBIAM EM 2023.

Em termos de números reais do que o Spotify pagará aos compositores em 2024, ainda não sabemos. Não sabemos quais serão seus aumentos de preços; não sabemos quanto as gravadoras vão receber e, portanto, a porcentagem disso que vamos receber sob a ponta 'Custo Total de Conteúdo'.


Mas sejamos claros: mesmo que seja verdade que eles pagarão aos compositores mais em 2024 do que em 2023, o que eles não estão dizendo é que não estão pagando aos compositores tanto quanto deveriam, sob nossa nova estrutura de taxas.


É por isso que acho a declaração pública que eles fizeram [sobre o Spotify pagar mais aos editores e compositores em 2024 versus 2023] enganadora e destinada a enganar os compositores sobre o impacto do que estão fazendo com essa decisão.


NA ÚLTIMA TELECONFERÊNCIA DE RESULTADOS DO SPOTIFY, DANIEL EK FALOU SOBRE "O ANO DA MONETIZAÇÃO" E COMO SUA EMPRESA É ESSENCIALMENTE FOCADA NO LUCRO, SE NÃO OBCECADA PELO LUCRO. ISSO REFLETE UM TRIMESTRE EM QUE O SPOTIFY REGISTROU SEU MAIOR LUCRO OPERACIONAL DE TODOS OS TEMPOS. O SPOTIFY ESTÁ ECONOMIZANDO MARGEM GASTANDO MENOS EM MARKETING E, OBVIAMENTE, ECONOMIZOU MARGEM AO DEMITIR MAIS DE 1.500 PESSOAS NO ANO PASSADO. QUANTA MOTIVAÇÃO VOCÊ ACHA QUE ESSE IMPULSO DE ECONOMIA DE MARGEM NO SPOTIFY TEVE EM SUA DECISÃO DE RECATEGORIZAR 'PREMIUM' COMO UM 'PACOTE' E TAXAS DE ROYALTIES DE COMPOSITORES MAIS BAIXAS?

Bem, o momento desta teleconferência de resultados – para não mencionar o momento de Daniel Ek sacar US$ 118,8 milhões para si mesmo em ações do Spotify – enquanto eles estão tentando cortar o que pagam aos compositores, é terrível para eles.

Já falamos sobre isso antes: eu não desculpo nenhuma empresa de tentar lucrar. O problema com a abordagem do Spotify aos compositores é que a maneira que qualquer empresa deve tentar obter lucro é com parceiros de negócios que dão informações com preços acordados. Não é isso que está acontecendo aqui.

"O MOMENTO DA TELECONFERÊNCIA DE RESULTADOS [DO 1º TRIMESTRE DO SPOTIFY] – SEM MENCIONAR O MOMENTO DE DANIEL EK SACAR US$ 118,8 MILHÕES PARA SI MESMO EM AÇÕES DO SPOTIFY – ENQUANTO ELES ESTÃO TENTANDO CORTAR O QUE PAGAM AOS COMPOSITORES, É TERRÍVEL PARA ELES."

Os compositores são forçados a licenciar o Spotify de uma forma com a qual estão insatisfeitos. Eles estão sendo obrigados a fazer isso quando não querem fazê-lo.


A outra coisa da teleconferência de resultados do Spotify que eu achei extremamente interessante, e acredito que MBW relatou isso, é que o Spotify [parece] querer expandir para oferecer outros tipos de produtos aos consumidores... incluindo vídeos curtos ou competindo com o TikTok.


O que é curioso para mim sobre isso, é que, para esses tipos de ofertas comerciais, o Spotify realmente precisará da permissão de compositores e editores de música [ou seja, esses direitos são negociados no mercado livre, em oposição às licenças de direitos autorais para streaming de música]. Eu não entendo a estratégia de travar uma guerra total sobre o que você paga aos compositores sob a estrutura de taxa obrigatória para mecânicos, mas depois dizer: 'No futuro, vamos pedir [a vocês] para serem nossos parceiros'.



Antes de 2016, o Spotify era uma empresa que se envolvia em violação maciça dos direitos dos compositores. Trabalhamos com eles para corrigir esse problema e limpá-lo. Fizemo-lo porque acreditávamos que a transição de uma era de roubo de música para serviços legais de música era importante.


E vamos tirar isso do caminho: o Spotify merece crédito por ajudar a mover os consumidores para modelos de streaming. Mas isso foi há muito tempo. Não dá direito agora a tratar os compositores da maneira como os estão tratando.

"HÁ UMA OPORTUNIDADE REAL AQUI PARA OUTROS SERVIÇOS DE STREAMING DE MÚSICA INTERVIREM E MOSTRAREM QUE SÃO MELHORES AMIGOS DOS COMPOSITORES."

Tivemos então um acordo [CRB] do qual eles se retiraram em 2018. Ganhamos então um aumento massivo [no CRB III], que o Spotify – numa abordagem de 'terra arrasada' – tentou apelar.

E agora, depois do que pensávamos que era chegar a um acordo para este período de cinco anos [2023-2027] onde podemos realmente começar a trabalhar juntos como parceiros de negócios, eles estão adotando essa abordagem.

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